4 de maio de 2012

Esquizofrenia jornalística

Sabemos que a crise não é alheia ao aumento dos casos de suicídio.
O suicídio é um problema de saúde pública e uma realidade crescente que necessita de medidas prioritárias para o combater.
É uma realidade crescente em Portugal, de entre os idosos aos mais jovens. Com o abandono social, o desemprego e com condições mais difíceis de sobrevivência  económica e financeira, os números de suicídio aumentam.
Os dados mais recentes da Pordata, indicam que 1098 pessoas se suicidaram em 2010, mais 84 do que no ano anterior.
A televisão, a radio e a  imprensa escrita  têm um papel importante na maioria dos casos de suicídio, quando repetidamente bombardeiam a população com tudo o que é negativo. Historias altamente expostas, vistas e revistas que aparecem em múltiplos programas, em diversos canais e a qualquer hora, têm um maior impacto sobre uma sociedade fragilizada.
Os profissionais de saúde e pesquisadores reconhecem que não são as coberturas noticiosas por si só, mas certos tipos de coberturas noticiosas que aumentam os comportamentos suicidas em populações vulneráveis.
O efeito Werther passou a ser documentado em 1775 e é prova de que as populações são influenciadas pelo que ouvem, vêem e lêem.
É verdade que os serviços noticiosos tornam este mundo o mais cinzento possível. A noticia vende mais, quanto mais sangrenta e violenta for, eles têm que fazer pela vida.
O objectivo dos repórteres da comunicação social, não deve ser a fadiga social. Informar não é sinónimo de tortura mental, de alucinações e de delírios, provocando alterações com a realidade...
Uns irresponsáveis, apesar de os considerar directamente responsáveis pelo aumento dos casos de suicídio.

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